domingo, 24 de abril de 2011

O adeus à fralda e à mamadeira

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Apesar de cada criança ter um ritmo próprio, alguns sinais mostram aos pais o momento de deixar de lado essas duas marcas da infância

Quando a criança começa a crescer, surgem as dúvidas sobre a “idade ideal” para cada coisa. Todo mundo parece ter uma ideia formada sobre quando retirar a chupeta, a mamadeira e até mesmo a fralda dos pequenos. Diante de tantas opiniões, as mães ficam confusas e com medo de “atrasar” o desenvolvimento dos filhos.
Para o pediatra e neonatólogo membro da Sociedade Brasileira de Pediatria, Leonardo Falci Mourão, a pressão para tornar as crianças “adiantadas” e “independentes” costuma partir tanto dos pais quanto das creches, e é ruim para o crescimento da criança. “Cada uma tem seu tempo e é importante observar que habilidades como o controle das fezes não se trata apenas de uma questão de disciplina ou de algo que possa ser ensinado às crianças, mas, sim, que depende do desenvolvimento psicomotor”, explica.
Segundo o médico, a criança passa por três fases antes de conseguir ter o controle das suas necessidades. Primeiro, ela repara que evacua quando a ação já foi completada. Em um segundo momento, ela percebe durante a ação e anuncia que está evacuando. Somente na terceira fase ela começa a identificar algo parecido com a vontade de ir ao banheiro que os adultos sentem.
A noção de que a criança deve pedir para ir ao banheiro só deve ser introduzida pelos pais quando ela atingir essa terceira etapa, que costuma chegar aos dois anos e meio - na maioria dos casos. Antes disso, dizer para o bebê que ele não pode evacuar nas calças ou agir de modo irritado quando a criança diz que está fazendo xixi em vez de ir ao banheiro é exigir responsabilidade cedo demais.
Essa cobrança pode gerar ansiedade e até mesmo constipação crônica na idade adulta. Para o doutor Leonardo Mourão, muitas pessoas que hoje têm dificuldade para ir ao banheiro provavelmente foram instruídas a controlar as fezes cedo demais.
A questão da chupeta e da mamadeira, por sua vez, não está ligada ao desenvolvimento motor, mas também é um assunto delicado, pois envolve objetos que representam as primeiras grandes fontes de prazer do bebê.
A chamada fase oral − etapa da vida em que a sucção oferece sentimentos de prazer e segurança − não deve ser interrompida com violência. Colocar pimenta em bicos de mamadeira e chupetas, fazer chacota da criança que ainda usa esses utensílios e compará-la pejorativamente às outras não são estratégias saudáveis.

Conforme afirma o especialista, a melhor forma de evitar que a criança passe muito tempo dependente desses objetos é por meio da amamentação até os dois anos de idade. Esta constitui, além de alimentação, um momento de prazer e de sucção para o bebê. Muitos bebês que são amamentados até os dois anos nem sequer gostam de chupeta e mamadeira.
Caso a criança chegue aos três anos ainda fazendo uso desses artifícios, é o caso de checar se ela não tem passado ou presenciado muitos conflitos em casa, já que o prolongamento da fase oral pode ser um indicativo de insegurança e estresse.
“Criança não é um robô nem uma máquina. Cada uma é completamente diferente da outra, porém, o que se tem percebido nos consultórios é que, cada vez mais, pais querem arrancar esses objetos próprios da infância muito precocemente. O ideal é observar a criança e respeitar os seus limites”, finaliza Leonardo.

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